MentalMe

janeiro 2022

Depressão, Ansiedade e Transtorno Bipolar

Diferença no diagnóstico entre Depressão, Ansiedade e Transtorno Bipolar

Entenda um pouco mais sobre esses transtornos e os métodos utilizados para diagnosticar cada um deles Imagine a seguinte situação: um amigo ou familiar pede que você o acompanhe até o médico para se consultar por causa de uma “dor na coluna”. Ele sabe que está com dor e diz: “é nas costas”. Ele também conta que está tomando um medicamento para dor, que até alivia um pouco, mas que não tem resolvido. Para surpresa dele e sua, depois de fazer algumas perguntas, o médico afirma que a origem dessa dor é uma infecção nos rins e que o tratamento correto é outro! Situações como esta acontecem todos os dias e a causa dessa confusão é a dificuldade de comunicar coisas muito subjetivas. Este tipo de situação é ainda mais comum quando uma pessoa sofre de Depressão, Ansiedade ou Bipolaridade – transtornos que são confundidos por muita gente, sabia?! Por isso, uma definição errada de um problema pode resultar em uma procura inadequada pelo tratamento, ou até em algo ainda mais grave: fundamentar tratamentos errados que tem como consequencia desde a perda do efeito depois de tempo até a um agravamento progressivo do problema. O GRANDE DESAFIO ESTÁ NA AVALIAÇÃO Um desafio muito importante nas avaliações em saúde mental está na comunicação. Ou seja, em conciliar as definições entre o que uma pessoa leiga conta e o que o médico entende. Como a saúde emocional ainda é um tabu na sociedade, pouco se discute sobre os problemas e como nomear essas sensações que são extremamente subjetivas. É muito comum ouvir do paciente a seguinte frase: “Doutor, eu não sei como explicar isso que estou sentindo. É como se fosse…(e dá uma descrição ilustrativa do que está sentindo)”.  Em outras vezes, o paciente chega já com uma definição (leiga) do que está sentindo: “Doutor, estou tendo crises de ansiedade” ou “Estou com Depressão“. O TERMOS LEIGOS SÃO DIFERENTES DOS TÉCNICOS O problema é que, frequentemente, o conceito leigo é diferente do conceito técnico. Por exemplo: no sentido popular, o termo ansiedade é frequentemente usado para se referir à uma sensação de “pressa”, “urgência”, “impaciência” ou “agitação”. Mas, no sentido técnico, o termo ansiedadese refere à uma sensação de insegurança ou medo, que pode ou não estar associada à essa urgência. Assim, quando a sensação de urgência ou pressa não vem acompanhada desta sensação de insegurança ou medo, é pouco provável que este seja um quadro clínico que melhore com o tratamento para um Transtorno de Ansiedade. É mais provável que se trate de alguma outra coisa, como por exemplo hiperatividade, TOC, depressão, esquizofrenia ou bipolaridade, entre outros problemas. ENTÃO, O QUE PODE SER FEITO PARA MELHOR DEFINIR QUAL É O PROBLEMA? Essa tarefa deve começar, antes de qualquer coisa, definindo se o que está acontecendo é realmente um problema de saúde emocional do cérebro ou se é uma reação emocional normal (Já falamos um pouco sobre esse assunto aqui). Basicamente, para fazer isso, precisamos procurar por um conjunto de alterações no funcionamento do corpo, especialmente em funções básicas do cérebro, como: sono, apetite, energia, fluxo e controle dos pensamentos, intensidade das emoções etc. Quando identificamos um conjunto de funções alteradas, e, portanto, um problema de saúde emocional do cérebro, precisamos dar o próximo passo: levantar as hipóteses de diagnóstico! Como detalhamos neste outro artigo aqui, isso é feito entendendo como essas alterações de funcionamento, os chamados sinais e sintomas, se combinam e se manifestam ao longo do tempo. Portanto, nesse processo de identificar os problemas de saúde emocional é importante a gente olhar a coisa toda de cima! Ou seja, buscar as emoções e os sintomas não só naquele momento, mas também em outros momentos da vida da pessoa como um todo. PARA ENTENDER MELHOR: Vou tentar explicar de uma forma ilustrativa: Temos 4 emoções básicas na vida. Podemos sentir: 1) tristeza, desânimo e pessimismo; ou 2) medo, preocupação ou ansiedade; além disso, também podemos sentir 3) alegria, empolgação e entusiasmo; ou 3) sentir raiva e irritação. Esses estados emocionais normais do cérebro são decorrentes e limitados a alguma situação específica na vida, são transitórios e não mudam o funcionamento do corpo. Como já comentei anteriormente, dito de outra forma agora, um problema de saúde emocional do cérebro ocorre quando estas emoções normais aparecem acompanhadas de alteração nos níveis de energia e atividade das funções cerebrais. Esta alteração de energia e atividade se manifesta com os tais “sinais e sintomas” e acontece quando existe uma sobrecarga no funcionamento biológico do cérebro. Como exemplo, imagine que você, tendo motivo ou não, começa a sentir uma tristeza que dura a maior parte do tempo durante alguns dias. Ao mesmo tempo, também começa a sentir uma apatia com a vida, um cansaço físico, dificuldade para controlar o sono ou o apetite, dificuldade para se concentrar ou para lidar com os pensamentos. Se a emoção predominante neste período for “tristeza” ou “desânimo” esse é um quadro de Depressão. Já, se a emoção predominante for de “medo” ou “preocupação” é um quadro de Ansiedade. Se a emoção predominante neste período for mais parecida com “tristeza, pessimismo ou desânimo” esse é um Episódio de Depressão. Já, se a emoção predominante for melhor definida como “medo, insegurança ou preocupação” é um quadro de um Transtorno de Ansiedade. Estes problemas geralmente estão associados com um baixo nível de energia e atividade e o tratamento aqui é feito com medicamentos ou ações que tenham “efeito antidepressivo”. Ou seja, buscando um efeito de aumentar a energia e a atividade cerebral. E ISSO É MAIS COMUM DO QUE VOCÊ IMAGINA! Um período de depressão ou ansiedade acontece com 60% das pessoas em algum momento da vida! Felizmente, a grande maioria das pessoas se recupera depois de 3 meses e volta a ter um funcionamento cerebral normal. Porém, algumas pessoas (6 a 12% da população) por ter uma maior predisposição genética e psicológica, começam a ter crises repetidas, especialmente em quadros de depressão – Isso é chamado deTranstorno Depressivo Recorrente! Em uma boa parte das pessoas, se investigarmos o passado,

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Não consegue melhorar com o tratamento psiquiátrico?

Por que não estou melhorando?

Você já se perguntou o porquê de pessoas que conhece, ou até você mesma, não consegue melhorar com o tratamento psiquiátrico? Infelizmente, isso é muito comum. Mas o que a maioria das pessoas não sabe é que o problema não está no tratamento em si. O PROBLEMA PODE ESTAR NO DIAGNÓSTICO Pois é, antes de se pensar no tratamento, é fundamental que o diagnóstico seja bem feito, assertivo. E isso é fato não apenas na psiquiatria, mas em qualquer especialidade médica. Todo tratamento bem sucedido começa com um diagnóstico claro.  A diferença da psiquiatria para as outras especialidades médicas é que não existem exames de imagem como raio X, tomografia ou ressonância, ou testes laboratoriais, para detectar as doenças. Na psiquiatria, o diagnóstico correto é realizado buscando informações sobre sintomas durante toda a vida do paciente e sua evolução ao longo do tempo, como uma verdadeira investigação mesmo. Em psiquiatria, damos o nome de “sinais e sintomas” para as alterações de funcionamento do sistema nervoso e que se manifestam no nosso comportamento, como pensamentos e emoções. Por exemplo: humor irritável, insônia, compulsões, dificuldade de concentração etc. E COMO IDENTIFICAR ESSAS ALTERAÇÕES? Ao longo da evolução do conhecimento em psiquiatria, a ciência identificou que esses sintomas costumam aparecer em padrões de combinação.  Esse arranjo ou padrão de combinação entre os sintomas, chamamos de “síndrome”. E, em medicina, cada síndrome caracteriza uma doença específica.  Isso porque cada síndrome costuma ter a mesma evolução, mesmas consequências, e costumam melhorar com o mesmo tratamento.  Essa pesquisa de sintomas, no momento atual e no passado do paciente, e a identificação de qual o padrão de combinação com os outros sintomas é um trabalho muito detalhista e que exige muita organização.  DIAGNOSTICAR É UM TRABALHO DETALHISTA Portanto, é difícil de ser feito em uma primeira consulta. Toma muito tempo e exige uma capacidade de organização e conhecimento do profissional muito grande.  Geralmente, o que se observa na prática é que o médico vai “pescando” alguns sintomas que o paciente comenta durante a primeira consulta. Dessa forma, o diagnóstico acaba ficando impreciso e mudando ao longo do tempo.  MAS É POSSÍVEL FAZER DIFERENTE! Baseados em mais de meio século de estudos então, foram desenvolvidos fluxogramas de perguntas que, se seguidos pelo profissional, padronizam e organizam uma investigação mais profunda e detalhada destes sintomas e seus padrões. Desses fluxogramas, o mais conhecido é a “Entrevista Clínica Estruturada para o DSM“, conhecida pela abreviatura SCID, a qual, desde 2013, está em sua 5ª versão.  Existem ainda outros fluxogramas semelhantes, como o Mini International Neuropsychiatric Interview. São exames geralmente usados em laboratórios de pesquisa para testar tratamentos, mas também podem ser usados no dia a dia, desde que haja disponibilidade de tempo e disposição dos médicos e pacientes. Outra possibilidade é usar as versões digitais, automatizadas por inteligência artificial desses fluxogramas. Assim, podem ser feitos pelo paciente em casa, antes da consulta.  Portanto, é possível sim chegar de forma objetiva a um diagnóstico, mas, para isso, os sintomas precisam ser investigados. Pois, assim como peças de um quebra-cabeça que vão se juntando para formar uma imagem, a somatória dos sintomas presentes por determinado período indica o diagnóstico correto. E esse diagnóstico, é o primeiro passo para o sucesso do tratamento. Ficou alguma dúvida? Escreva pra gente nas redes sociais! Até a próxima matéria!

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Metaverso: você sabe o que é?

Metaverso: você sabe o que é?

“Don’t dream your life, but live your dream” – MARK TWAIN IMAGINE O SEGUINTE CENÁRIO: Em São Paulo, você tem 1,70m, 80kg, cabelos castanhos, é solteiro, trabalha 12h por dia, sentado, numa sala com luz artificial, em frente a um computador, em uma empresa distante, há 40 minutos de trânsito da sua casa. Costuma acordar atrasado, consome toma mais café e menos frutas do que deveria. Está sedentário e faz tempo que sua pele não fica bronzeada.  Anda irritado, mais explosivo do que antes, ansioso, mexe no celular antes de dormir e tem uma sensação de sono ruim, acordando já cansado. MAS, NO METAVERSO, A COISA É UM POUCO DIFERENTE Você tem 1,85m (ganhou 15 cm), um corpo atlético, bem distribuído. Pratica natação e começou a jogar beach tennis, o que te trouxe um bronzeado incrível (você escolheu a opção “bronzeado” na hora de configurar seu avatar). Tem uma família sorridente, vocês passam o dia entre a praia, o shopping e a casa em um condomínio, com três filhotes de labrador. Você não parece explosivo e nem ansioso.  A expressão no rosto do seu avatar transmite felicidade e bem-estar sempre, todos os dias em que você liga seus óculos de realidade virtual. IMAGINOU?! POIS ESTA NÃO É UMA REALIDADE TÃO DISTANTE O Facebook mudou seu nome para Meta em 28 de outubro de 2021, anunciando a criação de seu Metaverso.  Outras empresas, como a Decentraland e a Wonder, já oferecem espaços online em que podemos configurar nossas personas virtuais do jeito que quisermos.  Esses avatares circulam por diversos ambientes, como shoppings, praias, fazendas, espetáculos de música e de dança, e se encontram com avatares novos e com velhos conhecidos do mundo real.  SIM! Você vai poder convidar o avatar do seu pai para assistir a um show dos Beatles no Metaverso. PERAÍ, MAS OS BEATLES NÃO EXISTEM MAIS! Pois é. No Metaverso, eles podem existir pra sempre.  Porém, não apenas de experiências vivem os Metaversos. Você vai poder comprar produtos, como roupas, óculos e obras de arte. Vai poder fazer uma tatuagem com um tatuador japonês renomado. Aliás, diversas empresas como a Nike, a Gucci e O Boticário já estão vendendo produtos no Metaverso.  E quando eu falo em vender, é vender mesmo! Eles cobram por produtos virtuais e os entregam por meio de uma tecnologia chamada NFT (Non-fungible Token).  Aliás, em dezembro de 2021, um terreno no Metaverso foi vendido por 2,4 milhões de dólares.  ISSO PARECE MUITO DISTANTE PRA VOCÊ? Vamos lembrar que no mundo dos games essas realidades paralelas já existem há anos. Em jogos como Second Life e The Sims, por exemplo, jogadores criam seus personagens, se casam, escolhem carreiras e conduzem a vida da maneira como bem entendem.  A inovação proposta pelo Facebook e por outras empresas desse universo é exatamente oferecer uma experiência virtual muito mais sofisticada, por meio de sensores de movimento e de óculos virtuais. A ideia é fazer com que o cliente sinta o cheiro de um perfume no Metaverso, como sente no mundo físico, por meio de um sensor em seu nariz. Será possível sentir o peso da raquete virtual e o impacto físico de uma bolinha de tênis rebatida pelo Federer ou pelo Nadal (sim, afinal, você vai poder comprar a experiência de jogar em Wimbledon com eles).  Quem sabe, você vai até poder se consultar com um psiquiatra da MentalMe no Metaverso, nos consultórios virtuais da MentalMe (e claro, escolher se quer a vista para o mar ou para uma montanha no consultório). Já pensou nisso? Esta conversa me parece infinita, como o próprio Metaverso, mas vou falar um pouco mais no vídeo acima. AÍ EU TE PERGUNTO: Você acha que levaria seu jeito de ser pro Metaverso? Seus dilemas existenciais? Seu temperamento? Sua ansiedade? Você continua sendo você sem os seus sentimentos? Afinal, se no mundo físico nos deparamos com a expressão “seja tudo o que você puder ser”, no Metaverso falamos em “seja tudo o que você quiser ser”.  Até breve!

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hábitos para 2022

3 HÁBITOS PARA COMEÇAR 2022 COM MENOS ANSIEDADE

Faça da sua rotina uma aliada nessa nova fase que se inicia. 2021 foi um ano e tanto, sobre isso não há dúvidas!  E em meio a tantos acontecimentos, a ansiedade se tornou um grande marco para pessoas no mundo todo, inclusive no Brasil. Pra entender bem o parâmetro: uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no meio desse ano, revelou que cerca de 80% da população brasileira se tornou mais ansiosa em 2021. Em outros países, esse mesmo índice chegou a 30%.  Aí, enquanto eu estava lendo sobre o assunto, comecei a pensar no meu papel em tudo isso, e em como eu poderia ajudar as pessoas a aliviar esse mal que pode, por diversas vezes, ser algo paralisante. Por isso, resolvi trazer hoje 3 hábitos comuns que você pode introduzir na sua rotina para evitar as temíveis crises de ansiedade, e até ajudar a manter o controle quando ela estiver ocorrendo. HÁBITO 1: FAÇA AMIZADE COM O SOL O sol é um antidepressivo natural! Se expor à luz solar por 15 minutos por dia estimula a produção de endorfinas pelo nosso cérebro, promovendo uma sensação de bem-estar. A luz solar nas primeiras horas da manhã também ajuda a regular nosso ritmo biológico e vários hormônios, como cortisol e melatonina. Além disso, a exposição ao sol é o principal meio de produzir a vitamina D, responsável por prevenir diversas doenças e aumentar a imunidade do nosso corpo. HÁBITO 2: QUANDO ACORDAR, FAÇA UMA LISTA Sim, por mais que você já saiba o que tem que fazer, faça uma lista! Uma mente organizada tende a se sentir mais segura, e ao escrever as tarefas diárias você torna tudo mais objetivo, eliminando a insegurança que pode gerar ansiedade no decorrer do dia e evitando o sentimento de procrastinação. Além disso, com uma lista de tarefas a fazer você consegue priorizar as preocupações nas tarefas que você pode resolver. E assim, diminui as preocupações com as coisas cuja solução não estão ao seu alcance. HÁBITO 3: VALORIZE O SEU SONO Não tem como relaxar se seu corpo e mente estiverem exaustos, né? Uma noite bem dormida ajuda a melhorar o humor, controlar o apetite, melhorar a memória e até a rejuvenescer a pele. Mas os efeitos negativos de casos de insônia podem acarretar em sérias complicações para a saúde, portanto, estabelecer uma rotina de higiene do sono é essencial.  Além disso, dormir é importante para a solução de problemas do dia a dia. Quem nunca dormiu com um problema e acordou com a solução na cabeça no dia seguinte? Sem contar que sem uma boa noite de sono fica difícil ter energia para encarar os desafios.  Já escrevi um texto com dicas valiosas sobre como ter uma boa noite de sono e acordar com disposição, então vou deixar o link aqui caso queira saber mais. MUDAR É POSSÍVEL! E criar novos hábitos requer pequenas mudanças de atitudes que, aos poucos, alteram nosso modo de viver e reduzem os sintomas de ansiedade. Quer saber mais? Semana que vem tem conteúdo novo, mas, por enquanto, você pode conferir outros conteúdos no blog sobre esse e outros assuntos super atuais! Um abraço!

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