Todo o tratamento bem sucedido começa com uma avaliação assertiva do quadro. Em qualquer tratamento ou acompanhamento de saúde, ter dados objetivos e precisos da situação é passo imprescindível para a escolha do melhor tipo de tratamento ou intervenção.
Em psiquiatria e saúde mental ainda não é possível utilizar exames de imagem ou sangue nem para diagnóstico nem para medir a gravidade do quadro ou o resultado do tratamento. Tanto as avaliações de acompanhamento, quanto a avaliação de diagnóstico em psiquiatria são realizadas através da identificação da presença ou não de inúmeros sintomas específicos.
Para acompanhamento são pesquisados alguns sintomas que recebem uma nota conforme a intensidade. Já para o diagnóstico inicial , são pesquisados estes sintomas tanto atualmente quanto no passado do paciente. Em seguida é necessário entender como estes inúmeros sintomas se combinam e como essa combinação de sintomas mudou ao longo do tempo, do passado até hoje. Todo esse trabalho exige uma pesquisa minuciosa, detalhada e objetiva destes sintomas que por vezes exige uma ou duas horas só para isso.
Este tipo de avaliação raramente é realizada em uma consulta inicial porque compromete o tempo e a energia de ambos, médico e paciente, para estabelecer uma relação humana: Em uma consulta normal, o paciente quer falar sobre o seu sofrimento, não apenas dar informações pontuais e específicas sobre coisas isoladas. Por outro lado, o médico também deseja conhecer e entender seu paciente como ser humano.
Por ser um trabalho repetitivo, sistemático, e que acima de tudo exige correlacionar um grande número de informações, ele funciona melhor se for deixado para ser feito por um robô. Desta forma, profissionais e pacientes podem se concentrar naquilo que os robôs não podem fazer: estabelecer uma forte relação médico-paciente, com confiança e empatia!