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Esse remédio vicia, doutor?

Esse remédio vicia, doutor?

Esta é uma pergunta que normalmente vem acompanhada, ou substituída, por outras perguntas, como: Este remédio vai me deixar dopada? Vou ficar dependente da medicação? As escuto frequentemente de alguns pacientes e de conhecidos que fazem tratamento para transtornos psiquiátricos, como depressão, ansiedade, bipolaridade, TOC, etc… São perguntas importantes que fazem parte de crenças e preconceitos da maioria das pessoas em relação aos transtornos psiquiátricos e seus tratamentos. MAS SERÁ QUE REMÉDIO PSIQUIÁTRICO VICIA MESMO? Será que as pessoas que tomam esses remédios nunca mais vão conseguir se livrar deles? Elas ficarão “dopadas” para sempre? Antes de mais nada, é importante lembrar que a maioria dos tratamentos em psiquiatria tem começo, meio e fim. Normalmente, são três meses até a melhora completa, mais seis a nove meses para a fase de manutenção, que tem como objetivo evitar recaídas dos sintomas e mais três meses para o desmame da medicação e avaliação bem detalhada de eventuais sintomas que possam vir a acontecer. Assim, quando esse ciclo chega ao fim, o paciente pode ficar sem as medicações. VALE RESSALTAR QUE ALGUNS FATORES PODEM GERAR DÚVIDAS Vamos lá, o primeiro deles é em relação aos efeitos colaterais das medicações. Infelizmente, não existe medicamento sem potenciais efeitos colaterais. Isso é verdade não só para a psiquiatria como para toda a medicina, de maneira geral. No caso da psiquiatria, especificamente, algumas medicações podem causar sonolência, pelo seu efeito sedativo. É sobre isso que as pessoas falam quando usam o termo “dopada”. E, de fato, algumas medicações podem, na primeira, ou nas duas primeiras semanas de tratamento, causar esse efeito. A boa notícia é que a grande maioria dos pacientes melhora quando esse breve período passa e apenas os benefícios dos medicamentos permanecem. Em alguns casos, essa sedação pode ser utilizada em benefício do paciente que estava com seu sono prejudicado pela doença base, seja ela depressão, hipomania ou mania ou ansiedade. Com a melhora no sono, geralmente a qualidade de vida da pessoa melhora muito. Além disso, outros efeitos colaterais comuns, como alterações intestinais, disfunções sexuais, dor de cabeça e atordoamento, também tendem a melhorar depois de uma semana ou duas de tratamento contínuo. OUTRA QUESTÃO QUE TAMBÉM GERA DÚVIDAS É: DEPENDÊNCIA DA MEDICAÇÃO De fato, algumas medicações usadas na psiquiatria podem, dependendo da forma e do tempo em que são utilizadas, causar dependência ou vício. Dentre esses medicamentos, os campeões são os conhecidos calmantes (benzodiazepínicos), como clonazepam, alprazolam, lorazepam, bromazepam. Infelizmente, as pessoas que acabam viciando nessas medicações recebem receitas dessas medicações sem a indicação precisa, a qual começa por um diagnóstico preciso, como já vimos aqui. Em alguns casos, acabam recebendo a prescrição sem o acompanhamento adequado ou buscam receitas de forma inadequada em médicos de diversas especialidades., o que pode ser muito perigoso para o paciente e seus familiares. Entretanto, se esses mesmos calmantes forem prescritos de forma criteriosa, embasada em uma hipótese diagnóstica e em diretrizes reconhecidas de tratamento, normalmente por tempo determinado, não causam mal, muito pelo contrário, tornam-se uma ferramenta valiosa no tratamento e melhora dos pacientes. Com um acompanhamento regular, dificilmente o paciente ficará viciado na medicação, pois ela será descontinuada em seu tempo certo e sem sofrimento. TAMBÉM EXISTEM OUTRAS MEDICAÇÕES USADAS NA PSIQUIATRIA QUE NÃO CAUSAM VÍCIO ALGUM Os antidepressivos, por exemplo, são medicações que devem ser usadas para a depressão unipolar e evitadas na bipolar. Geralmente, seu uso obedece a um ciclo no qual há o desmame, ao final, (que deve ser acompanhado pelo médico) e seu uso pode ser encerrado. E AQUI VAI UM PONTO IMPORTANTE: O DESMAME DOS ANTIDEPRESSIVOS Quando o indivíduo está usando o antidepressivo há muito tempo, e dependendo de algumas características dessa medicação, a retirada abrupta pode culminar em três situações distintas: a síndrome da retirada, a abstinência ou a recaída da doença. Essas três situações são bastante desconfortáveis, bem distintas e apenas o médico pode diferenciá-las. O problema é que algumas pessoas fazem a interrupção abrupta e sofrem com as reações desagradáveis dessa parada súbita, o que as faz ter a impressão de que nunca mais ficarão sem a medicação –  associando isso a um eventual vício no remédio, o que não é verdade. Outras medicações, como antipsicóticos e estabilizadores de humor, também não viciam, mas, pela característica das doenças que tratam (bipolaridade, esquizofrenia, dentre outras), existe a necessidade de mantê-los de forma contínua. Aliás, sim, existem situações em que é necessário manter a medicação de forma contínua.  Algumas doenças, como a esquizofrenia e o transtorno bipolar, são crônicas e podem ser controladas com medicação. Outras situações são aquelas em que há constantes recaídas após cessar a medicação e quando a depressão é recorrente, ou seja, a pessoa tem vários episódios de depressão ao longo da vida. NESSES CASOS, NÃO SIGNIFICA QUE O PACIENTE FICOU VICIADO NO REMÉDIO O que acontece é que ele precisará dessa medicação para não voltar a sofrer dos sintomas e das consequências da doença. É o mesmo que ocorre com a pressão alta, o diabetes e o hipotireoidismo, por exemplo. Há a necessidade do uso diário e contínuo das medicações para controlar a doença. Portanto, o mais importante é que se faça um diagnóstico preciso e um acompanhamento regular para que o ciclo de tratamento seja feito da forma mais breve e eficaz possível e, se for necessário, manter a medicação de forma contínua para que os benefícios do tratamento sejam maiores do que os eventuais riscos dessas medicações. Dessa forma, as pessoas que sofrem de transtornos psiquiátricos só colherão bons frutos do tratamento medicamentoso.

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Tênis, ginástica artística, surfe e as nossas emoções

Tênis, ginástica artística, surfe e as nossas emoções

Você joga tênis? Faz ginástica artística? Ou Surfa? Eu até me arrisco no beach tennis e no surfe. Mas a ginástica artística eu deixo pra assistir do sofá, na época das olimpíadas. Mas existe algo em comum entre surfe, ginástica artística e tênis? Existe sim! De um ano pra cá, três expoentes desses esportes vieram a público falar sobre problemas emocionais. Primeiramente, foi a tenista Naomi Osaka. Ela acendeu a pira olímpica, você se lembra dela? Ela abandonou o torneio de Roland Garros no ano passado justamente por questões emocionais. Meses depois, Simone Biles não participou da final olímpica de ginástica artística dizendo “tenho que me concentrar na minha saúde mental”. E agora, em 2022, Gabriel Medina, surfista brasileiro, anunciou uma pausa na carreira para também cuidar de questões emocionais. Como será pegar uma onda de 3 metros de altura com sintomas de pânico? Ou correr atrás de uma bolinha num jogo de tênis estando triste e sem prazer na vida? Ou ainda se equilibrar numa barra numa competição de ginástica artística com sintomas ansiosos e com insônia? Você notou que nos últimos anos a gente vem falando mais de saúde mental e rompendo alguns preconceitos que ainda envolvem esse assunto? – Ah, Thiago, mais ou menos. Acho que ainda tem muito preconceito contra quem trata de crise de pânico, ansiedade e depressão! – Alguns diriam. Pode ser. Mas o cenário vem mudando. A gente nota um aumento nas consultas de psiquiatria e psicologia não apenas aqui na MentalMe, mas em vários outros serviços. Aliás, já tem trabalho científico mostrando isso, sabia?! Nessa pesquisa super recente aqui, de janeiro de 2022, os pesquisadores revelaram não apenas um aumento no número de consultas de psiquiatria, mas um alto índice de satisfação, de médicos e de pacientes, com os atendimentos online. E você, como se sente ao falar de ansiedade, tristeza, insônia, pânico, irritabilidade?É tranquilo ou você sente vergonha e prefere varrer essas questões pra debaixo do tapete? Gabriel Medina, Simone Biles e Naomi Osaka preferiram ventilar o assunto. E por isso, já merecem uma medalha.

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Metaverso: você sabe o que é?

Metaverso: você sabe o que é?

“Don’t dream your life, but live your dream” – MARK TWAIN IMAGINE O SEGUINTE CENÁRIO: Em São Paulo, você tem 1,70m, 80kg, cabelos castanhos, é solteiro, trabalha 12h por dia, sentado, numa sala com luz artificial, em frente a um computador, em uma empresa distante, há 40 minutos de trânsito da sua casa. Costuma acordar atrasado, consome toma mais café e menos frutas do que deveria. Está sedentário e faz tempo que sua pele não fica bronzeada.  Anda irritado, mais explosivo do que antes, ansioso, mexe no celular antes de dormir e tem uma sensação de sono ruim, acordando já cansado. MAS, NO METAVERSO, A COISA É UM POUCO DIFERENTE Você tem 1,85m (ganhou 15 cm), um corpo atlético, bem distribuído. Pratica natação e começou a jogar beach tennis, o que te trouxe um bronzeado incrível (você escolheu a opção “bronzeado” na hora de configurar seu avatar). Tem uma família sorridente, vocês passam o dia entre a praia, o shopping e a casa em um condomínio, com três filhotes de labrador. Você não parece explosivo e nem ansioso.  A expressão no rosto do seu avatar transmite felicidade e bem-estar sempre, todos os dias em que você liga seus óculos de realidade virtual. IMAGINOU?! POIS ESTA NÃO É UMA REALIDADE TÃO DISTANTE O Facebook mudou seu nome para Meta em 28 de outubro de 2021, anunciando a criação de seu Metaverso.  Outras empresas, como a Decentraland e a Wonder, já oferecem espaços online em que podemos configurar nossas personas virtuais do jeito que quisermos.  Esses avatares circulam por diversos ambientes, como shoppings, praias, fazendas, espetáculos de música e de dança, e se encontram com avatares novos e com velhos conhecidos do mundo real.  SIM! Você vai poder convidar o avatar do seu pai para assistir a um show dos Beatles no Metaverso. PERAÍ, MAS OS BEATLES NÃO EXISTEM MAIS! Pois é. No Metaverso, eles podem existir pra sempre.  Porém, não apenas de experiências vivem os Metaversos. Você vai poder comprar produtos, como roupas, óculos e obras de arte. Vai poder fazer uma tatuagem com um tatuador japonês renomado. Aliás, diversas empresas como a Nike, a Gucci e O Boticário já estão vendendo produtos no Metaverso.  E quando eu falo em vender, é vender mesmo! Eles cobram por produtos virtuais e os entregam por meio de uma tecnologia chamada NFT (Non-fungible Token).  Aliás, em dezembro de 2021, um terreno no Metaverso foi vendido por 2,4 milhões de dólares.  ISSO PARECE MUITO DISTANTE PRA VOCÊ? Vamos lembrar que no mundo dos games essas realidades paralelas já existem há anos. Em jogos como Second Life e The Sims, por exemplo, jogadores criam seus personagens, se casam, escolhem carreiras e conduzem a vida da maneira como bem entendem.  A inovação proposta pelo Facebook e por outras empresas desse universo é exatamente oferecer uma experiência virtual muito mais sofisticada, por meio de sensores de movimento e de óculos virtuais. A ideia é fazer com que o cliente sinta o cheiro de um perfume no Metaverso, como sente no mundo físico, por meio de um sensor em seu nariz. Será possível sentir o peso da raquete virtual e o impacto físico de uma bolinha de tênis rebatida pelo Federer ou pelo Nadal (sim, afinal, você vai poder comprar a experiência de jogar em Wimbledon com eles).  Quem sabe, você vai até poder se consultar com um psiquiatra da MentalMe no Metaverso, nos consultórios virtuais da MentalMe (e claro, escolher se quer a vista para o mar ou para uma montanha no consultório). Já pensou nisso? Esta conversa me parece infinita, como o próprio Metaverso, mas vou falar um pouco mais no vídeo acima. AÍ EU TE PERGUNTO: Você acha que levaria seu jeito de ser pro Metaverso? Seus dilemas existenciais? Seu temperamento? Sua ansiedade? Você continua sendo você sem os seus sentimentos? Afinal, se no mundo físico nos deparamos com a expressão “seja tudo o que você puder ser”, no Metaverso falamos em “seja tudo o que você quiser ser”.  Até breve!

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