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outubro 2021

Eletrochoque: esclarecer é necessário

Embora apontado apenas como ferramenta de tortura, o eletrochoque, ou melhor,  a eletroconvulsoterapia (ECT) é recomendada e utilizada até hoje em alguns casos psiquiátricos. Entenda como e porque Antigamente, a eletroconvulsoterapia (ECT) era conhecida como eletrochoque – um tratamento clínico psiquiátrico que promove a indução de uma crise convulsiva por meio de uma corrente elétrica. Parece assustador? Acredite: a eletroconvulsoterapia pode ser importante em alguns tipos de tratamento. Inicialmente, o método era aplicado em pacientes com quadros graves de esquizofrenia, porém, mais tarde, se fez útil também no tratamento de transtornos afetivos, especialmente a depressão, e em outras circunstâncias específicas. Infelizmente, muitas pessoas foram levadas a associar a ECT com a tortura e até mesmo a uma forma de castigo ou punição desumana. Tais estigmas surgiram pelo mal uso do procedimento em muitos casos, como retrata o filme Bicho de Sete Cabeças. A ECT existe desde a década de 30, quando foi observado que pacientes com problemas mentais graves e que apresentavam também epilepsia, com certa frequencia tinham melhora após uma convulsão. Foi então que as crises convulsivas passaram a ser provocadas com o objetivo de melhorar quadros de problemas mentais graves e refratários. Em outras palavras: uma convulsão ou crise epilética controlada era induzida, com a finalidade de curar um problema mental. Como funciona? A ECT funciona da mesma forma que a cardioversão (o choque no coração), ou seja, assim como acontece com o coração durante a fibrilação ventricular no caso de parada cardíaca, o funcionamento dos impulsos nervosos também é “resetado”. Neste sentido, o cérebro do doente mental é praticamente reorganizado e os circuitos passam a funcionar novamente de forma adequada. No caso da ECT, a intensidade da corrente elétrica aplicada no cérebro é de 10 a 100 vezes menor em comparação à corrente aplicada no choque da fibrilação no peito. Já a duração do choque é de um a cinco milisegundos, o suficiente para provocar uma crise convulsiva que dura de 40 a 60 segundos. Qual é a indicação? A ECT apresenta alta taxa de recuperação para quadros de depressão e esquizofrenia – 60% a 100% sem uso de medicação. Quando trabalhada juntamente com o uso de medicamentos, a taxa de eficácia é de 40% a 60%. A eletroconvulsoterapia também é indicada em quadros cuja melhora deve ser rápida, por exemplo, quando o paciente dá indícios de um possível suicídio ou também apresenta quadros com catatonia. Este último é quando a pessoa não responde aos estímulos do ambiente, sofrendo iminente risco de morte por desidratação e privação alimentar. Outra indicação para a ECT é no caso da contraindicação do uso de medicações psiquiátricas, como os portadores de doenças cardíacas, renais e/ou hepáticas. Também, em situações nas quais as medicações já não fazem mais efeito mesmo com a correta utilização. Como a ECT é realizada? Primeiramente, o paciente passa por uma rígida avaliação médica, incluindo a realização de diversos exames laboratoriais, clínicos e de imagem. Para o procedimento em si, ele é anestesiado como quem vai fazer uma endoscopia, por exemplo. É isso mesmo! Hoje em dia, a ECT não dói, não machuca, não causa sofrimento. É importante saber disso! Aliás, a má fama do tratamento existe também em decorrência da falta da anestesia nos primórdios do método. O paciente recebia o choque acordado, o que gerava um sofrimento inestimável. Atualmente, pouco antes da realização, a pessoa recebe uma medicação que evita a contração dos músculos durante a convulsão. Antigamente, essa prática também não era adotada, o que causava até fraturas durante a crise convulsiva. No final, a pessoa ainda cumpre um período de recuperação anestésica e parte para novas etapas do tratamento psiquiátrico. A ECT pode ser feita em um hospital ou clínica psiquiátrica, em regime de internação ou ambulatorial – dependendo de cada caso. Qual o principal mito atualmente? A ECT não “queima os neurônios” e tem muito menos efeitos adversos do que normalmente se imagina. A consequência que se conhece é uma dificuldade de memória de lembrar coisas recentes, que pode ser de leve a moderada e é quase sempre transitória. Importante salientar que apesar disso, o tratamento pode até prevenir alterações no funcionamento e na estrutura do cérebro causadas pelo curso crônico da depressão, por exemplo. Por isso, é preciso separar a técnica e a eficácia da ECT dos mitos criados pela má utilização do procedimento. O preconceito vindo de tempos passados não pode mais ser motivo de privação para que pacientes em sofrimento psiquiátrico grave possam recuperar a saúde e ter qualidade de vida. O conhecimento é essencial, procure por um especialista e tire suas dúvidas!

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Insônia é sinal de depressão

Insônia é sinal de depressão?

A insônia pode ser indício de um quadro já estabelecido de depressão ou também um fator de risco para que a doença se desenvolva. Fique atento! Nada como uma boa noite de sono, não é mesmo? Afinal, é durante o sono que o organismo trabalha para restaurar as principais funções do corpo, entre elas, o reparo dos tecidos, o crescimento muscular e a síntese de proteínas. É também quando a pessoa repõe energias e regula o metabolismo – fatores essenciais para manter corpo e mente saudáveis. Lembra quando seus pais diziam que é necessário dormir para crescer? Acredite, eles não estavam mentindo e, muito menos, brincando. O hormônio do crescimento é liberado durante o sono e crianças que dormem tarde tendem a ter uma estatura menor. Dormir: prazer para uns, desafio para outros Segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS), 73 milhões de brasileiros sofrem de insônia. Essa questão, contudo, vai muito além do mal humor de quem é privado de sono.  Insônia é um problema de saúde com risco de morte para quem sofre com ela. E pode ser caracterizada de duas formas: 1. Dificuldade que uma pessoa tem em pegar no sono durante os 30 minutos em que já está deitada; 2. Incapacidade de dormir continuamente, sem interrupções e/ou despertar por mais de 30 minutos durante a noite. O problema é sério e quem sofre com isso deve procurar tratamento, pois, além de privar o indivíduo de ter qualidade de vida, ainda pode ser sinal de alguma doença mental como depressão e ansiedade. Depressão e insônia A depressão é definida por um conjunto de funções alteradas no sistema nervoso, tais como a fisiologia das emoções, a fisiologia do sono, a fisiologia da velocidade e também do controle dos pensamentos, apetite, etc. Sendo assim, a insônia pode, sim, estar no “roteiro” da depressão como um dos principais sintomas da doença. A propósito, essa manifestação pode estar tanto na fase inicial da depressão, quanto na de manutenção ou terminal. Dependendo do tipo de depressão que o paciente apresenta, a insônia pode se manifestar de formas diferentes. Os tipos de depressão conhecidos como Atípico ou Misto, por exemplo, costumam causar insônia no estágio inicial, enquanto que o tipo Ansioso oferece a insônia na fase de manutenção. Já na depressão melancólica, a insônia é predominantemente terminal. Depressão Atípica: subtipo da doença que envolve sintomas específicos como aumento do apetite ou ganho de peso, fadiga, alteração no humor, etc; Depressão Mista: é o que o próprio nome diz – uma mistura de sintomas como, por exemplo, a perda de energia misturada a ativação intensa dos pensamentos e atitudes; Depressão Ansiosa: aquela que condiciona a pessoa a pensamentos inoportunos, geralmente, negativos; Depressão melancólica: talvez a mais conhecida, em que o indivíduo apresenta sintomas como desânimo, desinteresse pelos outros ou por qualquer acontecimento mundo afora, perda da capacidade de amar etc. Sinais de alerta Outro alerta importante sobre o assunto é também saber diferenciar a insônia de uma má higiene do sono. Alguns hábitos podem prejudicar a manutenção do sono e sua excelência. Por exemplo, o uso do celular na cama, no momento de dormir, em que o cérebro precisa desligar, ou também assistir televisão até dormir podem atrapalhar a qualidade do sono, mas não chega a ser uma insônia. É preciso empenho para atingir o melhor que o sono tem a oferecer. Porém, quando o problema, de fato, é a insônia, é preciso que a pessoa procure a ajuda de um médico psiquiatra para que, juntos, identifiquem a causa do problema. Ou seja, se a falta de sono faz parte de um quadro de alterações fisiológicas do funcionamento emocional do cérebro. Este é o primeiro passo para um tratamento definitivo. Via de mão dupla O ciclo sono-vigília e o funcionamento fisiológico cerebral têm uma relação que podemos caracterizar como uma “via de mão dupla”. Por quê? A falta de cuidado com o ritmo do sono pode levar a um mau funcionamento de diversos circuitos cerebrais, provocando problemas de saúde de caráter emocional ao cérebro. Logo, a insônia é um fator de risco para que a depressão se desenvolva. Como a febre, a insônia é um sintoma secundário, em que o tratamento consiste em combater as causas, não somente a ocorrência imediata. Dormir demais, pouco ou em horários inapropriados, pode atrapalhar a qualidade do sono. A história clínica de cada paciente pode dizer muito sobre sua situação atual e problemas para dormir. No entanto, é preciso procurar ajuda antes que o problema se agrave. Dormir bem é essencial! Acesse nosso site:

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Quais as diferenças entre psicólogo e psiquiatra

Quais as diferenças entre psicólogo e psiquiatra?

A distinção é, acima de tudo, da perspectiva do funcionamento mental. Enquanto o psiquiatra cuida da biologia, neurologia e fisiologia, o psicólogo mira nos aspectos intangíveis, na motivação, gatilhos e significados Psicólogos e psiquiatras: profissionais essenciais para um funcionamento mental de alta performance! Ao contrário do que muita gente pensa, a diferença entre ambos não está apenas na possibilidade de um receitar remédios e o outro não. Tanto o psicólogo quanto o psiquiatra são “treinados” para ajudar pessoas que apresentam problemas de saúde mental e psicológica, de modo a providenciar diferentes meios para contornar tal situação e impedir que se agrave ainda mais. No entanto, as habilitações são diferentes. Podemos exemplificar as duas atuações como se o cérebro fosse um músculo. Neste caso, o psiquiatra seria o ortopedista; e o psicólogo, o fisioterapeuta. Ou seja, como médico, o psiquiatra trata as doenças que afetam o funcionamento da mente, ao passo que o psicólogo cuida para que tudo continue funcionando bem. Além das diferenças no trabalho de cada profissional, a formação é outra também. O psicólogo possui graduação em Psicologia: ele estuda a mente humana, bem como o comportamento dos indivíduos. Este segmento oferece amplo treinamento voltado às terapias e aconselhamentos. Por sua vez, os psiquiatras se formam em Medicina, com especialização em Psiquiatria, com estudo voltado às condições mentais patológicas adquiridas ou hereditárias – as famosas doenças clínicas. Análises Os psicólogos analisam o comportamento do paciente, de modo a encontrar as fontes de estresse, ajudar a pessoa a enxergar problemas por outro ponto de vista e assim encontrar soluções diferentes e mais eficazes para essas fontes de estresse. Os psiquiatras trabalham sob a perspectiva da biologia, neurologia e fisiologia cerebral. O diagnóstico destes profissionais é feito a partir de uma investigação detalhada de sinais e sintomas que possa ocorrer decorrentes de alterações no funcionamento do cérebro. Além disso, usam exames clínicos para descartar que estes sintomas tenham  origem em outras causas, como hormonais, deficiências de vitaminas e outros problemas de saúde. Por exemplo, se o indivíduo possui uma queixa de estar sentindo o coração acelerado, o médico psiquiatra, sabendo que este pode ser um sintoma de ansiedade, realizará uma investigação de outros sintomas de ansiedade, como alterações de sono, apetite, concentração, entre outros. Esse profissional deve lançar mão de uma série de exames para descartar outras causas como déficit de vitaminas ou até mesmo problemas metabólicos ou hormonais, como o da tireóide, e de diabetes. Com a causa do problema principal identificado e definido, o médico então pode escolher um protocolo de tratamento cientificamente comprovado. Tratamentos Especificamente o psicólogo trata os transtornos comportamentais, mentais e emocionais dos pacientes por meio de técnicas psicoterapeuticas. Esse tratamento é aplicado a partir de técnicas de escuta ativa, questionamento socrático, identificação e pensamentos disfuncionais, dessensibilização, condicionamento, entre outras. A relação do ambiente com a doença mental é acompanhar os fatos subsequentes, proporcionando autoconhecimento, melhoria dos relacionamentos interpessoais e equilíbrio. Psiquiatra Diferentemente do psicólogo, o psiquiatra tem habilidades para identificar, diagnosticar e indicar tratamentos com o uso de medicamentos que reestabeleçam o funcionamento cerebral adequado. Ou seja, tem como objetivo reverter as limitações decorrentes de problemas como depressão, ansiedade, esquizofrenia. Estes problemas, mesmo que em intensidade leve, atrapalham o funcionamento cerebral e impedem que as técnicas utilizadas pelo psicólogo produzam o resultado esperado. O tratamento com este profissional prepara o funcionamento cerebral para possibilitar que as técnicas utilizadas pelo psicólogo produzam um funcionamento bem adaptado, de alto desempenho. O tratamento oferecido por esse médico tem como objetivo melhorar a qualidade de vida da pessoa, reduzindo os sintomas indesejáveis das doenças psiquiátricas e possibilitando o auto aperfeiçoamento. A duração depende muito de alguns fatores, entre os quais a reação aos medicamentos, a efetiva colaboração e disciplina do paciente e gravidade de cada caso. O importante é procurar por ajuda! Psicólogos e psiquiatras possuem ferramentas essenciais para ajudar os pacientes em seus casos específicos de doença metal. Inclusive, o trabalho de um pode complementar o do outro, de modo que o paciente seja tratado no sentido comportamental e biológico. Procurar por ajuda é sempre o melhor remédio.

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