Pandemia: depressão e ansiedade bateram recorde de casos

Além do recorde de casos, estamos falando mais sobre ansiedade e depressão

Se você gosta de séries e documentários, deve ter visto uma chamada na Netflix para o documentário Naomi Osaka – estrela do tênis.

O documentário estreou no Brasil em 16 de julho deste ano e conta a trajetória de Naomi Osaka, tenista japonesa que, entre outros feitos, decide falar abertamente sobre sua relação com episódios depressivos desde a adolescência. Naomi foi inclusive capa da revista Time em julho de 2021 com o interessante título “it´s ok not to be ok” (em tradução livre: está tudo be, não estar tudo bem)

Naomi é uma atleta de altíssima performance. Chegou a ser considerada a melhor tenista do mundo em 2019. Foi ela quem acendeu a pira olímpica no evento de abertura das olimpíadas de Tokio em 2021, mesmo convivendo com sintomas característicos de um episódio depressivo, como tristeza, falta de prazer nas atividades do dia a dia e falta de energia.

Caso real

Em maio deste ano, após estrear com vitória no torneio de Rolland Garros, Naomi decide abandonar o torneio. Motivo? A saúde emocional do seu cérebro. À época, Naomi foi às redes sociais para justificar a saída do torneio:

“A verdade é que eu tenho sofrido longos períodos de depressão desde o US Open de 2018 e eu tive muita dificuldade em lidar com isso. Todos que me conhecem sabem que sou introvertida, e todos que me viram em torneios notam que eu geralmente estou com fones de ouvido porque eles ajudam a aplacar minha ansiedade mental. Embora a imprensa especializada em tênis tenha sempre sido carinhosa comigo (e eu quero me desculpar sobretudo com os jornalistas legais que eu possa ter magoado), eu não sou uma oradora natural e tenho enormes crises de ansiedade antes de falar com a imprensa. Eu fico realmente nervosa e acho realmente estressante me conectar e dar as melhores respostas que gostaria.

Ao conhecer uma história como essa, vai ficando claro como existem uma série de mecanismos envolvendo genética, anatomia cerebral e neurotransmissores desencadeando as doenças emocionais do cérebro. E quando esses mecanismos agem em conjunto, não há dinheiro ou status que impeçam o surgimento de sintomas depressivos e ansiosos. Esse ponto é interessante: existe uma visão de que, se a vida da pessoa é boa – ou seja, se há um bom relacionamento com o cônjuge, se há filhos, se há emprego e renda – não pode acontecer o adoecimento na saúde mental do cérebro. O exemplo da tenista japonesa mostra o contrário. E a ciência avança no século 21 buscando entender cada vez mais esses mecanismos biológicos cerebrais.

Contra estudos não há argumentos!

O número de casos de depressão e ansiedade vem aumentando no mundo todo. Um trabalho publicado recentemente na revista científica The Lancet avaliou os impactos globais da pandemia da Covid-19 na epidemiologia do transtorno depressivo maior e do transtorno de ansiedade. A pesquisa quantificou a carga dos transtornos por idade, sexo e localização, em 204 países. Mulheres e jovens estão entre os grupos mais afetados. O Brasil foi um dos destaques da pesquisa como um dos países cuja saúde emocional do cérebro foi mais afetada. De

No mundo todo, a estimativa de novos casos de depressão aumentou, com a pandemia, de 193 para 246 milhões de pessoas. Para novos casos de ansiedade, a previsão aumentou de 298 para 374 milhões de habitantes.

Perspectivas

Como vimos, o número de pessoas acometidas com prejuízos na saúde mental do cérebro aumento com a pandemia.

A grandeza de Naomi Osaka ao falar abertamente sobre sintomas depressivos e ansiosos pode inspirar outras pessoas na mesma situação a buscar ajuda profissional. Ajuda a quebrar tabus. Ajuda a questionar o bordão “se minha vida está boa, como posso estar com depressão?”. Ou ainda “eu posso controlar minha mente, por que estou tendo crises de pânico?”.

O conhecimento técnico, anatômico e biológico, ajuda não apenas com o diagnóstico, mas direciona um caminho, um tratamento. Mais do que isso: permite monitorar sintomas ao longo do tratamento, permitindo ao médico uma série de ajustes nos medicamentos.

Essa medicina individualizada é a marca da medicina do século 21. Nós da MentalMe estamos antenados no que há de mais moderno no diagnóstico, no tratamento e no acompanhamento dos nossos pacientes.

No tênis, um ace é um ponto direto do saque, sem chance para o adversário. Tratar o paciente de modo individualizado é um ace no tratamento da saúde emocional do cérebro.

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