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Doenças psicossomáticas – O que são e como se desenvolvem

Doenças psicossomáticas – O que são e como se desenvolvem?

Você sabia que a depressão pode causar dores crônicas, obesidade, doenças do coração e até fibromialgia? Essas condições são também denominadas doenças psicossomáticas, pois apresentam sintomas físicos e têm causas psicológicas.

Por isso, muitas pessoas convivem com esse tipo de doença por anos, até chegar a um diagnóstico que aponte a causa do problema. Isso porque, geralmente, essas doenças não são identificadas em exames médicos. Com o intuito de falar mais sobre esse assunto, explicamos o que são as doenças psicossomáticas e como elas se desenvolvem. Falamos também sobre algumas das principais enfermidades que acompanham os conflitos emocionais. Confira!

Afinal, o que são as doenças psicossomáticas?

Antes de qualquer coisa, é necessário que falemos de maneira mais detalhada sobre esse conceito.

Na realidade, a psicossomática não se refere apenas a doenças, mas a toda uma área de estudos que investiga a influência de variáveis psicológicas no surgimento de condições físicas.

No que diz respeito especificamente às doenças, podemos dizer que elas afetam diversas partes do corpo (soma), mas não têm suas causas identificadas nos órgãos e regiões que apresentam os sintomas.

Nesses casos, embora os exames médicos não possam detectar nenhuma anormalidade, as pessoas com transtornos somatiformes costumam se queixar de dores e outros incômodos.

Isso porque a causa desses transtornos é ocasionada por estados emocionais prolongados e alterados, o que significa dizer que eles têm uma causa psicológica e não física.

A dificuldade está no fato de as doenças psicossomáticas serem expressões do inconsciente. Portanto, o indivíduo que sente as somatizações não tem nenhum controle sobre as causas desse problema.

Geralmente, são muitos os gatilhos que podem fazer com que os sintomas dessas doenças se manifestem.

Somente para exemplificar, estímulos do ambiente que digam respeito a questões psicológicas mal resolvidas, como pressões no local de trabalho ou lugares fechados, podem desencadear esses sintomas.

Entre os mais comuns deles, podemos mencionar as dores de cabeça e estomacais, as alergias na pele e a dificuldade para respirar. Mas, afinal, quem pode desenvolver doenças psicossomáticas? Como essa condição se desenvolve? Responderemos a essas perguntas nos próximos tópicos. Acompanhe!

Quem pode ter doenças psicossomáticas?

De maneira geral, podemos dizer que qualquer pessoa pode desenvolver essas doenças, independentemente de sexo ou idade. Isso porque todos nós estamos sujeitos a situações de pressão ou que gerem algum tipo de distúrbio emocional.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, em cada 5 pessoas, uma apresenta pelo menos 6 sintomas físicos originados de problemas emocionais.

Outra pesquisa desenvolvida pela OMS aponta que cerca de 30% dos casos de hospitalização estão relacionados a incidência de doenças psicossomáticas. Assim, pode-se perceber que esse tipo de condição é bastante comum, embora muitos pacientes tenham dificuldades em lidar com esse diagnóstico.

Parte dessa dificuldade concerne à suspeita que algumas pessoas têm em relação à somatização.

Para elas, é muito difícil entender que emoções e pensamentos podem causar desde pequenas dores físicas até problemas de saúde sérios, como a gastrite e algumas doenças do coração. A seguir, explicamos como a psicologia pode causar doenças e sintomas físicos.

Como as doenças psicossomáticas se desenvolvem?

São muitos os fatores que podem levar um indivíduo a apresentar uma doença psicossomática. Entre eles, podemos mencionar os seguintes:

  • Genética
  • Estresse constante
  • Estilo de vida
  • Atitude pessimista
  • Distúrbios de personalidade

As somatizações podem ser causadas também pelos traumas de infância ou pelas fobias.

Conforme já mencionamos, essas motivações são inconscientes. O aparecimento das doenças psicossomáticas indica o retorno de pensamentos e questões desagradáveis, os quais foram reprimidos em algum momento da vida.

De fato, os pensamentos e questões não resolvidas não desaparecem, mas passam a exercer influência sobre o corpo.

E, o que é mais grave, as pessoas que sofrem com as doenças psicossomáticas não têm nenhum controle sobre as emoções que interferem no âmbito fisiológico.

Nesse processo, um dos órgãos mais afetados é o cérebro. Em última instância, os quadros sintomáticos das somatizações são provocados por uma interferência no funcionamento cerebral.

É justamente essa interferência que impede a produção de hormônios e outras substâncias necessárias a diversos processos fisiológicos.

Por isso, os transtornos psicossomáticos podem afetar qualquer parte do corpo, podendo desencadear doenças crônicas ou agravar quadros de comorbidades. Para que se possa compreender melhor esse ponto, explicamos nos tópicos seguintes as principais características das doenças psicossomáticas e sua relação com a psique.

Características das doenças psicossomáticas

Intensidade dos sintomas

A gravidade desses sintomas pode variar de acordo com o grau de intensidade das emoções envolvidas. Quanto maior for o descontrole das emoções e pensamentos, mais fortes e evidentes serão os sintomas.

Ademais, os transtornos somáticos podem se manifestar por meio de um único sintoma, atingindo uma única parte do corpo, ou se apresentarem por meio de vários sintomas ao mesmo tempo. Por exemplo, é possível sentir dores de cabeça e palpitações ou somente sintomas gastrointestinais.

Ansiedade ou depressão

Frequentemente, sintomas como a falta de ar, a taquicardia, as manchas arroxeadas, a insônia ou mesmo a gastrite são acompanhados de quadros de depressão ou ansiedade.

Isso se deve à apreensão que os sintomas geram nos pacientes. Somente para exemplificar, é comum que estes sintam pontadas no peito, o que pode gerar uma preocupação desmesurada.

Semelhança com outras doenças

Essa preocupação advém do fato de alguns dos sintomas causados pelas doenças psicossomáticas serem semelhantes aos de enfermidades que têm causas físicas.

Ademais, já se sabe que muitas doenças têm como uma de suas causas a depressão. Nos tópicos a seguir, mostramos a relação dessa doença e de outras condições psiquiátricas com os transtornos somatiformes. Confira!

Os distúrbios psiquiátricos e as dores crônicas

A relação entre as dores crônicas e a depressão e outros problemas psiquiátricos pode se dar de duas formas. A seguir explicamos quais são elas.

Dores que causam distúrbios psiquiátricos

Na primeira dessas formas, o paciente é acometido pela depressão ou por outros problemas em decorrência das dores, as quais podem chegar a ser incapacitantes.

Nesse caso específico, a condição dolorosa pode levar o paciente ao isolamento social, afetando o humor de maneira significativa.

Em alguns casos, pessoas com esse quadro podem também desenvolver o vício em entorpecentes, como uma forma de aliviar a dor.

Para que se tenha uma ideia de como é íntima a relação entre os distúrbios psiquiátricos e as dores crônicas, basta dizer que pessoas que sofrem com essas dores têm três vezes mais chances de desenvolverem doenças psicossomáticas.

Transtornos psiquiátricos como causas das dores

Por outro lado, condições psiquiátricas como a depressão podem ser causas das dores crônicas. De acordo com a Harvard Medical School, pessoas deprimidas têm três vezes mais chances de desenvolver dores crônicas.

A fibromialgia e sua relação com a depressão

Uma das enfermidades que mais causam dores crônicas é a fibromialgia. Essas dores costumam atingir determinadas áreas do corpo e são muito sensíveis ao toque.

Ainda que essas dores sejam físicas, o fato é que existe uma relação da fibromialgia com a depressão.

De fato, de acordo com uma pesquisa desenvolvida pela Associação Americana de Ansiedade e Depressão, cerca de 20% das pessoas que sofrem com a fibromialgia apresentam também quadros de transtornos de humor.

Essa relação pode ser explicada pelo fato de a fibromialgia ocasionar uma maior sensibilidade a certos estímulos, tornando o dia a dia dos pacientes um tormento e reduzindo a qualidade de vida. A maior sensibilidade pode causar quadros de insônia, dormência em membros inferiores e superiores e dores de cabeça, facilitando o aparecimento da depressão.

Depressão e inflamações

A depressão também pode andar de mãos dadas com processos inflamatórios. De acordo com estudos realizados na Universidade de Cambridge, transtornos psiquiátricos – principalmente a depressão – podem ter relação direta com inflamações em doenças mais comuns.

No caso de gripes, por exemplo, os processos inflamatórios são acompanhados de alterações significativas de humor.

De fato, pessoas gripadas tendem a ser mais retraídas e sonolentas, sendo esses traços característicos também de quadros depressivos.

Considerando essa hipótese, os pesquisadores ingleses investigaram os casos de depressão, verificando que pessoas que sofrem com essa doença tendem a desenvolver mais doenças inflamatórias, como a artrite.

Ademais, constatou-se que as inflamações também podem contribuir para o aparecimento da depressão, além de poderem ser causadas por ela.

Uma outra pesquisa, publicada no Archives of General Psychiatry, investigou o papel da proteína PCR, mostrando que ela está envolvida tanto no aumento da ocorrência de inflamações, quanto no de sintomas depressivos.

Outra variável que indica a relação entre dores crônicas e depressão foi constatada pela equipe médica da Glasgow Royal Infirmary.

De acordo com os estudos realizados por esses médicos, o uso de anti-inflamatórios por pacientes com artrite reumatoide levou a melhoras significativas no humor. No tópico a seguir, explicamos em mais detalhes a relação dessa doença com a depressão.

A artrite reumatoide e a depressão

De acordo com um estudo publicado no periódico Arthritis Care & Research, pouco mais de 10% das pessoas que convivem com a artrite reumatoide sofrem também com sintomas de depressão.

A partir desse dado, os pesquisadores responsáveis por esse estudo constataram que os pacientes com artrite reumatoide são até duas vezes mais propensos a terem quadros de depressão.

Isso ocorre porque as dores causadas pela artrite podem ter efeitos sobre a autoestima, podendo afetar o desempenho de tarefas do cotidiano e até o desempenho sexual.

Por conta desse fato, os tratamentos para a artrite reumatoide costumam envolver tanto os reumatologistas, quanto terapeutas e psicólogos. Dessa forma, é possível atacar a artrite em duas frentes, reduzindo as dores físicas e a influência dos transtornos de humor no desenvolvimento da doença.

As doenças cardiovasculares e os distúrbios psiquiátricos

Muitos dos sintomas psicossomáticos atingem o coração, sendo uma causa extremamente debilitante para a saúde desse órgão fundamental. Entre os sintomas mais comuns, temos a aceleração dos batimentos cardíacos, sensação de desmaio, dispneia e arritmia.

Por isso, pessoas com quadros de ansiedade, por exemplo, podem acabar desenvolvendo doenças graves, como a doença arterial coronária. Da mesma forma, há uma relação intrínseca entre a depressão e as doenças que afetam o coração.

De acordo com a Harvard Medical School, pessoas com doenças cardíacas têm duas vezes mais chances de desenvolver a depressão.Outro estudo, desenvolvido pela Concordia University, concluiu que pessoas que sofrem com transtornos de humor têm uma propensão duas vezes maior de terem um ataque cardíaco.

A pressão alta e sua relação com os transtornos de humor

Um estudo publicado no periódico Psychosomatic Medicine revelou que pessoas que possuem sintomas de ansiedade e depressão têm maiores chances de desenvolver quadros hipertensivos.

De acordo com essa mesma pesquisa, homens ansiosos ou deprimidos têm até 1.5 vezes mais chances de terem pressão alta na velhice.

As chances das mulheres brancas de apresentarem esse mesmo problema é 1.7 vezes. Já as mulheres negras que apresentam transtornos de humor têm até 3 vezes mais chances de desenvolver a hipertensão na velhice. A depressão e outros distúrbios psiquiátricos são decisivos para o aparecimento da pressão alta, mesmo nos casos onde há a presença de variáveis e hábitos que contribuem para o aumento da pressão arterial.

Os transtornos de humor e os derrames

A depressão está intimamente ligada também ao AVC. É o que indica uma pesquisa publicada no Journal of the American Heart Association.

Esse estudo foi realizado somente com mulheres, com idades entre 54 e 79 anos. Ao todo, participaram 80 mil mulheres.

Os dados coletados mostraram que as pessoas do sexo feminino com algum tipo de transtorno de humor tinham até 29% de chances de terem um AVC em algum momento da vida. No entanto, os derrames também podem contribuir para o surgimento de doenças como a depressão. Isso porque esses eventos criam condições incapacitantes, afetando a autoestima e a qualidade de vida dos indivíduos.

Tratar o problema na raiz é fundamental

Assim, podemos concluir que os transtornos emocionais podem ter um impacto significativo na saúde, podendo levar ao surgimento de doenças graves .Por isso, é muito importante tratar as causas das doenças psicossomáticas. De fato, somente assim é possível acabar ou reduzir os sintomas advindos delas.

E você, tem algum tipo de sintoma sem uma causa clínica verificada em exames médicos? Comente!

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