Depressão em mulheres e hormônios femininos: Qual a relação?
Depressão não é apenas um dia ruim ou uma tristeza passageira, como muitos ainda podem erroneamente pensar, pelo contrário, esse problema faz com que alguém sinta toda sua vida em suspenso de forma indefinida, seja o trabalho, a escola, os relacionamentos, etc. Pessoas com depressão perdem a alegria de realizar até mesmo atividades que consideram prazerosas e se sentem sobrecarregados com qualquer coisa podendo ser um gatilho para sua apatia e dor. Não obstante, a depressão é um problema que, mesmo apresentando distúrbio de humor e até causando alguns sintomas físicos, como fadiga, dor e problemas gastrointestinais, é uma doença silenciosa, o que faz com que muitos a negligencie. No entanto, no atual cenário, a depressão tornou-se o grande mal do século e tem se manifestado em ambos os sexos, porém constata-se um índice maior de mulheres que desenvolveram a doença do que os homens. Em outras palavras, tem se tornado cada vez mais comum o diagnóstico de depressão em mulheres, apontando o gênero como um fator que pode elevar ou diminuir a vulnerabilidade para o desenvolvimento da doença. Com isso em mente, resolvemos tratar melhor sobre esse assunto, para entender o que o gênero tem a ver com a depressão feminina. Mulheres são mais vulneráveis a desenvolverem depressão Uma pesquisa feita apontou maior vulnerabilidade feminina em desenvolver depressão, o índice aponta que 20% das mulheres desenvolvem a doença pelo menos uma vez na vida, já para os homens o índice é de 12%. Cientificamente não há explicação para isso, porém há várias hipóteses para a depressão em mulheres ser mais frequente. Por exemplo, há especialistas que acreditam que ambos os sexos são afetados de maneira igual pela depressão, todavia as mulheres são mais propensas a serem diagnosticadas com o distúrbio. Tal característica pode sugerir que as mulheres costumam falar mais sobre seus sentimentos e também costumam buscar mais ajuda de profissional, já os homens são mais fechados e menos propensos a falarem de seus sentimentos e problemas. Também é comum que nos homens a depressão apareça de maneira diferente, como por exemplo, abuso de substancias alcoólicas ou tóxicas, ou mesmo através de comportamento volátil, explosivo e violento. Outro pressuposto é que, mesmo que ambos os sexos sejam biologicamente vulneráveis a desenvolverem depressão, as mulheres podem ser mais suscetíveis ao estresse da vida, hormônios femininos, dupla jornada de trabalho e outros fatores ambientais. Quer entender melhor isso? Continue acompanhando. Pressupostos sobre a diferença de gênero e a depressão São muitos os fatores que contribuem para o desenvolvimento da depressão tanto em homens quanto em mulheres, porém, pesquisas já identificaram alguns fatores biológicos que podem fazer com que a depressão em mulheres apareça em maiores índices homens. Elencamos abaixo esses pressupostos para que assim seja mais fácil identificar como a depressão feminina pode surgir. Genes Estudos com gêmeos idênticos (que compartilham os mesmos genes), sugerem que a hereditariedade pode, sim, ser um dos fatores responsáveis para o aparecimento da doença. No estudo foi identificado 40% maiores de chances de desenvolver depressão. Além do mais, algumas mutações genéticas associadas ao desenvolvimento da depressão grave ocorrem apenas em mulheres. Hormônios Os hormônios femininos é um dos responsáveis pelo maior índice de depressão em mulheres. A diferença de gênero na depressão surge pela primeira vez na puberdade, onde estudos ressaltaram uma prevalência em meninas a partir de 11 anos de idade. Outro aspecto é o período de menstruação mensal que provoca alterações hormonais e alterações de humor bastante semelhantes às que acontecem na depressão. Algumas mulheres também ficam mais vulneráveis a desenvolver depressão pós parto, ou ainda no pré-natal, além da época de transição para a menopausa, em que os níveis hormonais variam bastante. A verdade é que há muito tempo se suspeita que as alterações nos hormônios femininos, como o estrogênio, podem ter muito a ver com a propensão e vulnerabilidade da depressão em mulheres. Contudo, mesmo com as suspeitas e estudos realizados em torno das alterações e flutuações dos hormônios femininos como interligados à depressão feminina, nenhuma pesquisa consegue ser conclusiva e capaz de provar que os hormônios afetam significativamente o humor em grandes grupos de mulheres. Ainda assim, há o consenso de que as alterações de humor podem tornar as mulheres mais vulneráveis à depressão em determinados momentos de vida (parto, pós-parto, menopausa, etc.), associado com outros fatores e estresse. Estresse No dia a dia, todas as pessoas – independente do gênero ou idade – estão sujeitos ao estresse, porém, estudos já descobriram que as mulheres têm mais probabilidade de dizerem que estão sob estresse do que os homens. Por exemplo, as mulheres são bem mais propensas a ficarem deprimidas em resposta a eventos estressantes do que os homens, é também as mulheres que tem maior propensão de sofrerem episódios de estresse severo como abuso sexual infantil, agressão sexual de adultos e violência doméstica. Não é nenhuma novidade dizer que as experiências traumáticas vividas – especialmente no início da vida, infância – tendem a ter um efeito duradouro no cérebro e trazerem consequências que podem ser observadas mais adiante na jornada de vida de um indivíduo. Além do mais, outro fator de estresse nas mulheres é que elas tendem a ser mais cuidadosas e cuidadoras que os homens, seja cuidado de crianças, adolescentes, idosos, da casa, ou de todo esse combo simultaneamente. Esse estresse crônico pode levar ao aparecimento da depressão em mulheres. Para completar, outro fator de estresse é a pobreza e, as mulheres, são em média mais pobres que os homens, principalmente as mães solteiras e com filhos ainda pequenos. Os índices de depressão feminina que se enquadram nesse aspecto são particularmente alto. Outros fatores Outros fatores também podem levar a depressão feminina, um deles que foi identificado nas pesquisas é que normalmente as mulheres tem mais propensão para refletir sobre a vida e sobre os eventos que acontecem, o que caba acarretando a ansiedade e / ou a depressão. Outro ponto que foi observado nos estudos é que a falta de atividades físicas estava associada a diferença de gênero
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